A economia barrense já contabiliza prejuízos de aproximadamente R$ 112,5 milhões, em decorrência da longa estiagem que atinge o município desde o último mês de novembro, na seca que está sendo considerada a mais grave dos últimos 40 anos em todo o Estado do Espírito Santo. Nesta semana, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil homologou o decreto 4.650/2015, de 09 de março de 2015, através do qual o prefeito Jorge Donati decretou estado de calamidade pública em todo o território municipal atingido pela estiagem, obedecendo aos critérios estabelecidos em legislação federal.
O reconhecimento da situação de calamidade pública pelo Governo Estadual é fundamental para que o decreto também seja analisado e homologado pelo Ministério da Integração Nacional, órgão do Governo Federal que pode assegurar inúmeros benefícios aos produtores e agricultores atingidos pela seca. Dentre esses benefícios destacam-se a negociação de dívidas, descontos em juros, maior facilidade na contratação de créditos junto às instituições financeiras, além de incentivos ao comércio, entre outros.
As chuvas que caíram no município, durante os últimos quatro meses, além de insuficientes também foram irregulares, provocando danos nas lavouras de café, na pecuária, na produção de frutas, na pesca, na silvicultura e nas indústrias sucroalcooleiras. Só na comunidade de 100 Alqueires, 8.500 bananeiras ficaram improdutivas. Nas pequenas propriedades rurais do Assentamento Pontal do Jundiá, a maior perda foi nas plantações de mamão. Já no Assentamento Paulo Vinhas, foram os cafezais os principais atingidos pela longa estiagem. Nas comunidades rurais, além dos prejuízos financeiros, o abastecimento de água potável também ficou comprometido pela pouca quantidade de água armazenada nos reservatórios.
O prefeito Jorge Donati visitou algumas comunidades rurais atingidas pela seca e reiterou a sua preocupação com as condições de vida dos moradores, lembrando que “todos os órgãos municipais estão mobilizados para garantir o suporte necessário aos barrenses que sofrem com as consequências de mais um desastre natural”. Com o decreto de Calamidade Pública, “qualquer servidor público do município poderá ser convocado pela Coordenação de Segurança e Defesa Civil, para prestar socorro aos nossos munícipes, seja através da distribuição de água potável, dos atendimentos em saúde ou mesmo para orientá-los na busca por seus direitos”, completou.
A Gestão de Defesa Civil de Conceição da Barra vem monitorando, desde 2009, a ocorrência de chuvas nos limites do município, tendo registrado situações de extrema gravidade, considerando que a economia regional apresenta forte dependência em relação à agropecuária, à indústria sucroalcooleira e à silvicultura. No final de 2013, quando o prefeito decretou estado de calamidade, em decorrência da seca, os prejuízos somavam cerca de R$ 50 milhões. E 2015, esse número já ultrapassou os R$ 112 milhões, sendo mais de R$ 47 milhões na agricultura, R$ 63 milhões na indústria, R$ 2 milhões na pesca e R$ 216 mil na pecuária.