Vitória – A Erradicação do Trabalho Infantil de crianças e adolescentes, exploração sexual e a função da imprensa e do governo na preservação dos valores morais e individuais foram temas do seminário realizado na manhã desta sexta-feira (13 de julho) no auditório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória.
O seminário, denominado “A Mídia e o Trabalho Infantil” foi organizado pela Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades) e contou com as presenças de palestrantes como Renato Mendes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do jornalista Luiz Guilherme Queiroz, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), Ruth Bastos, psicanalista da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória, Vânia Tardin de Castro, Gerente da Criança, Adolescente e Juventude da Setades, que falou sobe o Contexto do Trabalho Infantil no Espírito Santo. Por último Marcos Túlio Alencar, do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, encerrou o seminário falando sobre Trabalho Infantil.
Na abertura do encontro o secretário de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Roberto Casteglione Dias falou da importância do Estado desenvolver políticas sociais de forma a contribuir para a erradicação do trabalho infantil, sem contar da necessidade de integração envolvendo secretarias como a de Educação no sentido de oferecer condições para manter a criança em tempo integral na sala de aula.
Os debates com a mesa foram abertos com um tema que interessa aos municípios do Norte como Conceição da Barra, Pedro Canário e São Mateus. O jornalista Hilmar de Jesus, assessor de comunicação da Prefeitura Municipal de Conceição da Barra levantou a questão da exploração sexual de crianças e adolescentes, principalmente em função da safra da cana-de-açúcar, quando donos de usinas de álcool recrutam esta mão de obra.
O assunto foi amplamente debatido tendo o representante da Organização Internacional do Trabalho, Renato Mendes sugerido que haja um intercâmbio de informações entre os prefeitos de Conceição da Barra e o de Alagoas, de onde se registra o êxodo de cortadores de cana para a região Norte, especialmente Braço do Rio e região.
O secretário Casteglione destacou a importância do Estado promover o seu papel na adoção de políticas públicas que venham de encontro a proporcionar a criança e adolescente condições de permanecer em tempo integral na sala de aula para evitar que seja explorado. Já Mendes apresentou um dado nada animador: 40 mil crianças entre 5 e 14 são fora da sala de aula, trabalhando. “Precisamos descobrir onde está este tipo de trabalho infantil”, cobrou o representante da OIT.
Uma representante do Conselho Tutelar de Jaguaré informou que participando recentemente de uma região, uma adolescente disse que preferia trabalhar na lavoura a estudar, o que deixou indignada parte da platéia que assistia ao seminário.